17.03.2013 – O Mundo Ouve Quem Tem Algo A Dizer.

Texto-base:  Mateus 5:13-16 – “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está no céus.”

Introdução:
Muitas vozes são ouvidas no mundo umas pra bem e outras para mal. O fato é que se alguém se levanta com uma forte convicção ela é ouvida, não importando quão absurda ela seja.
Podemos citar com os exemplos antagônicos: se tivemos por um lado Gandhi, Martin Luther King Jr, como representantes do bem, tivemos por outro lado Hitler e o pr. Jim Jones como representantes do mal.
O que tem estes exemplos diferentes de comum? A convicção. Eles foram ouvidos tanto para bem como para o mal porque tinham uma mensagem pela qual estavam dispostos a morrer.
O mundo é representado na bíblia como um lugar de trevas e pecado.  A introdução de Jesus no mundo significa a Luz de Deus para os seus habitantes.  Assim disse o profeta messiânico Isaias - "O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz."  (Isaías 9 : 2); bem como Matheus em seu evangelho "O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou."  (Mateus 4 : 16).
Como disse o apóstolo João: ".... Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas."  (I João 1 : 5). Assim, a verdadeira luz do conhecimento divino vem de Deus.  Entretanto, desde que Adão e Eva se separaram de Deus por causa do pecado, toda a sua descendência, por conseguinte toda a humanidade ficou separada de Deus por causa do pecado (Isaias 59:1,2), ou seja, a humanidade ficou nas trevas.
 Tomando por base a experiência com os atenienses no aerópago: "(Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade)."  (Atos 17 : 21)
Não é diferente de hoje. Estamos na era da informação.  O produto mais valioso hoje não é o ouro, o petróleo ou o diamante, mas a informação.  A informação dita oportunamente alavanca empresa, torna homens ricos do dia para a noite, mas também pode salvar vidas.  É nesta última condição, salvar vidas, que eu quero falar nesta noite.
Desenvolvimento
Nas bem-aventuranças ( vv. 2 a 12  ) Jesus Cristo dita os princípios que normatizam e orientam a verdadeira vida cristã, considerados por isso como um resumo dos seus ensinamentos e a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz.
E em seguida, nos vv. 13 a 16, Ele usa duas metáforas para descrever a essência do caráter que seus discípulos devem te e qual a sua missão no mundo: o sal e a luz. A revelação por trás destas metáforas é que a Igreja e o mundo são comunidades separadas. Entretanto, embora separados a finalidade de existência de um é para atender o outro.
Vejamos: De um lado está "a terra"; de outro, "vós" que sois o sal da terra ou de um lado está "o mundo"; de outro, "vós" que sois a luz do mundo.  Sendo assim, tendo em mente que o sal e a luz são a igreja, ao estudarmos ambos os elementos podemos por analogia entender o Senhor espera dela.
O sal da terra (v. 13) – O sal no AT era fundamental nos sacrifícios, significando compromisso e pureza. "E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal."  (Levítico 2 : 13)
Na época de Jesus era algo muito precioso: - Os soldados recebiam o seu pagamento em sal - daí vem a palavra salário;  era usado não somente como tempero, mas também para conservar a carne e preservar os alimentos da deterioração.
 Isto significa que, quando o mundo se deteriora como o peixe ou a carne estragada, a Igreja pode retardar esse efeito. Por esta razão o sal deve conservar a sua integridade, pois se perder a sua salinidade, perde a sua utilidade, não tempera mais e nem conserva, não servirá nem de adubo. Será jogado fora e pisado pelos homens.
Temos que ter em mente que quando digo isto não me refiro a costumes, mas estou falando do caráter cristão que Jesus retrata no sermão da montanha.  Tudo o que ali está escrito confronta a natureza carnal. Fala de humildade, contrição, mansidão, justiça impar, misericórdia, santidade, pacificação, fé nas provações e conforto nos indicando que os seus seguidores serão recompensado na vida futura pelo sofrimento suportado.
"Tende sal em vós mesmos", disse Jesus em outra ocasião, Mc 9:50, A salinidade do cristão é o seu caráter conforme descrito nas bem-aventuranças, é o discípulo cristão verdadeiro, visível em atos e palavras, Lc 14:34, 35; Cl 4:6. Para ter eficácia, o cristão precisa conservar a sua semelhança com Cristo, assim como o sal deve preservar a sua salinidade. É importante ressaltar que para se temperar a comida você não precisa de muito sal, isto significa a importância do testemunho individual.  Neste sentido, penso em homens que mudaram reinos através de seu testemunho pessoal como Daniel e seus três amigos. na Babilônia – Dn. 3.28,30 – 6.26:28.
A luz do mundo (vs. 14-16) - Jesus esclarece que essa luz são as nossas "boas obras". Que os homens vejam as vossas boas obras, disse, e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus, pois é através dessas boas obras que a nossa luz tem de brilhar.
Assim como acontece: com o sal, também a afirmação refe­rente à luz foi seguida de uma condição: Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens. Se o sal pode perder a sua salini­dade, a luz em nós pode transformar-se em trevas, Lc 6:23. Mas nós temos de permitir que a luz de Cristo dentro de nós brilhe para fora, a fim de que as pessoas a vejam. Como de discípulos de Jesus, não devemos esconder a verdade que conhecemos ou a verdade do que somos. Não devemos fingir que somos diferentes, mas devemos desejar que o nosso Cristianismo seja visível a todos.
Então as pessoas nos verão, e verão as nossas boas obras e, assim, glorificarão a Deus, pois reconhecerão inevitavelmente que é pela graça de Deus que somos assim, que a nossa luz é a luz dele, e que as nossas obras são obras dele feitas em nós e através de nós.
Até mesmo aqueles que nos injuriam não poderão deixar de glorificar a Deus por causa da própria justiça pela qual eles nos perseguem (vs. 10-12).
Conclusão - João Batista veio vestido de peles de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre, Jesus veio vestido normalmente, ambos foram ouvidos, não pela aparência, mas pela essência, pela mensagem que tinham. A aparência mundana ou o rigor tradicionalista não são nada sem uma mensagem.
Não cola a desculpa de se parecer como o mundo, Aliás, a recomendação de Paulo é de nãos nos conformamos com este mundo, ou seja, se acomodar neles, gostar dele, a ponto de admirá-lo e preferi-lo ao Senhor e a sua Igreja. Diz mais, se torna nova criatura (II Cor. 5: 17),
Três lições para concluirmos:
Primeiro – Um resumo do que foi dito na Sermão da Montanha diz respeito a bondade, Se seguirmos os mandamentos do Senhor Jesus Cristo seremos bem aventurados, ou seja, muito abençoados, felizes. Então nos apliquemos à bondade.
Segundo – O mundo somente pode influenciado pela igreja se o seu corpo, que são os discípulos de Jesus tiver sal e for luz e para isto precisam viver de acordo com as bem-aventuranças.
Terceiro - Deus será glorificado no mundo através do nosso compromisso em vivermos as bem-aventuranças. Jesus afirma isto tanto no começo do seu ministério no Sermão da Montanha, como no final, quando diz algo semelhante: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tomareis meus discípulos, Jo 15:8.".
Não tenha medo, o mundo o ouvirá se você estiver convicto de sua mensagem.

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